quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

BATE VOLTA, VALEM A PENA ?


Bate Volta !

Alguns companheiros sempre me questionam se vale a pena realizar bate volta longo, pois bem, não há a menor dificuldade em responder, vale demais! É sempre muito bom desfrutar da companhia especial de amigos em locais inusitados, principalmente essa época de pouco vento.
Essa semana quatro amigos: Eu, Cacá Wolpet, Anderson Brederode e Icaro,  rodamos cerca de 900 km para desfrutar de um prometido swell de norte, especial no litoral oeste do Rio Grande do Norte, infelizmente a prometida condição não correspondeu as expectativas, esperávamos mais onda, no entanto vento não faltou, alias foram horas mágicas de muito velejo e surf  a sintonia da galera foi sem dúvida o ponto alto da trip, que venham os próximos...


Cacá aproveitou para comemorar seu aniversário - Belo presente !

Direitas pequenas, mas bem divertidas

As esquerdas quebravam no up wind, ótimas para o surf

Kite, surf e o rabeirador 

Kite & Surf

Muita diversão

Seguindo o por do sol

Foram dois dias especiais

Mais uma da serie, vem nego atrás 

Sol e vento não faltou

Até a próxima

sábado, 25 de outubro de 2014

MISSÃO KITE SELVA DESFECHO FINAL

Missão Kite Selva

Foram meses de estudo e planejamento, mais de 6000 quilômetros rodados em apenas seis dias, cerca de 15 horas de barco ao longo de três dias, muitas horas de preparação física, recursos materiais, financeiros e uma formidável dose de otimismo e desprendimento para tudo isso ser desmantelado em apenas algumas horas velejando na fabulosa Baía de Turiaçu.

A ideia em conhecer o litoral norte do Brasil já vem de algum tempo, desde sempre a grandeza daquela região me fascina, em 2004 quando tive a grata oportunidade em velejar nas águas doce da bela Baía do Guajará e provar das belezas naturais da região do salgado, como é conhecida a orla daquela que para mim é a mais bela praia do litoral Brasileiro, Salinas. Acredito até que seja bem estranho entender um Nordestino acostumado em desfrutar da fantástica costa regional com todo seus contrates e riquezas culturais a uma região quase desconhecida que é o litoral Ocidental do Maranhão e a costa Paraense, alguns amigos me questionam se lá tem praias de água salgada, imaginem, no entanto, acho improvável uma pessoa que admire a natureza não se encantar com a magnitude da região, como não se encantar com a maior Ilha fluvial do planeta, com o surf na pororoca e nos rios de água morna e saborosa e a vastidão das praias oceânicas desse litoral.

Mesmo antes de me lançar nessa aventura tinha consciência plena das dificuldades e até risco de uma empreitada dessa magnitude, hoje chego à constatação que houve um excessivo sentimento de confiança e subestimação da força da natureza naquela região, tão pouco conhecida, na verdade essas diversidades torna inequivocamente o desafio ainda mais sedutor. 

Pois bem, foram esses quesitos que me influenciaram a idealizar a expedição Kite Selva, em muitas oportunidades sempre que podia convidava alguns companheiros de kite pra fazer companhia nessa promissora jornada, em nenhum momento desejava encarar sozinho tamanho desafio.
O tempo passava e não conseguia colocar um ponto de partida a minha aventura, ora por falta de companhia ora por falta de tempo, digo, prioridade na questão, porém ao longo do tempo observo que a vida não espera, ela inexoravelmente segue sua dinâmica por vezes até cruel, não somos os senhores do tempo e esse sem sombra de dúvida é nosso recurso mais precioso.  Então quem sabe faz a hora e o tempo é movimento.

É  chegada a hora de respirar fundo e colocar o receio de lado e encarar o sonho. Em todo o processo de preparação até surgiram alguns amigos para realizar comigo o desafio, porém no andar da carruagem eles se deparavam com a minha própria dificuldade inicial, falta de companhia ou prioridade.  Foi quando a véspera da viagem surgiu um amigo que muito se parece comigo no gosto pelo esporte, e mais, traria consigo uma enorme experiência de um valoroso feito de uma tirada em sete dias de velejo entre Recife a Fortaleza, tudo se encaixava como uma música bem cantada para embalar nossa aventura.

Iniciamos, eu, Anderson e Marcos Paes a viagem de um sonho que não era mais somente meu, todo o grupo incorporou o sentimento aventureiro e realmente foram dias inesquecíveis, acredito que nós três saímos com marcas indeléveis nas nossas vidas, nos deparamos com uma realidade impressionante da diversidade geográfica de regiões e até culturais de nosso Brasil.

Já havia relatado em vídeo as características que ora novamente torno-as pública. Lá encontramos a maior variação de mare do litoral Brasileiro gerando correntes poderosíssimas, maior área de mangue continua das Américas, em um litoral rasgado por barras imensas, baias, Ilhas e furos formando um verdadeiro labirinto, talvez visto em pouco locais do planeta, aliado a uma baixíssima densidade demográfica, só pra bem ilustrar nosso companheiro Marcos Paes teve que rodar 1000 km em estradas sinistras para marcar nosso primeiro encontro com a civilização onde velejaríamos apenas 180 km, ou seja, teria que rodar mais de cinco vezes nosso percurso pra chegar ao mesmo lugar, à natureza ali é deslumbrante mais também implacável e assustadora.

Mesmo com pouco tempo pra avaliar não tenho receio em afirmar que nossa primeira derrota ocorreu através dos nossos piores pensamentos, imaginar navegar três horas de barco em direção ao alto mar passando por um emaranhado de ilhas em sua grande maioria coberta por uma vegetação muito densa de mangue e depois ter que velejar mais de duas horas em um mar que hora lança sua fúria para os incontáveis furos e hora lhe traga para corrente de alto mar pra dai começar, mesmo que com muita limitação a ver terra, é  simplesmente assustador, acreditem. Hoje sinceramente não sei se é possível ser feito no formato que idealizamos.     

Passado todo trauma da maior roubada que já vivenciei, mesmo comparando com meus piores momentos no voo livre e outros esportes que pratiquei, tenho somente agradecer a todos os amigos que me ajudaram nesse projeto em especial ao José Siqueira por todo apoio,  ao José Tavares pelo profissionalismo e aos  nobres companheiros de jornada Anderson e Marcos Paes, a minha família pelo respeito a minha vontade,  a valorosa colaboração de Beth, aos amigos que fizemos na jornada: Tatu, o capitão do barco por sua paciência e compromisso e a Babau, pela hospitalidade que nos recebeu em sua casa concedendo um abençoado alimento e pela sua valorosa atitude em resgatar o Anderson  em uma ilha já encoberta pela maré cheia como  também a quem nos acompanhou através do nosso canal, gostaria oportunamente  pedir-lhes resignadamente desculpas  pelo nosso insucesso.
Fredy


HÁ QUE SE DESCOBRIR QUE NOSSA FIRMEZA INTERIOR PODE SE SOBREPOR A FORÇA DA MÃE NATUREZA.



Assim era a maior parte da vegetação

Porto de Apicum Asu

Dia de treino

Nossa rota era seguir a direção do Sol poente

Mapa 1/4

Equipe completa

Mais uma ilha

A prancha foi perfeita

Foram 2000km até o ponto de partida passando pelo sertão

Muitas horas dentro do carro

Iguaria de Apicum Asu

Apicum Asu é uma cidade que vive literalmente da pesca


Esse era o visual de volta de mais um dia de treino

São muitas Ilhas e bancos de areia que desaparecem na maré cheia

Mais uma Ilha

Desertas

Muitos furos dentro de intermináveis canais dentro do mangue 

Procuramos fazer um reconhecimento de toda região

Vegetação local

Nesse dia o barco não saiu por conta da maré, tédio total

Visual inesquecível 

Mais um por do sol

Marcos Paes nosso companheiro sempre de alto astral

No dia da partida saímos a noite ainda 

Dia da partida adrenalina a milhão

Furos formam um verdadeiro labirinto 

Hoje é o dia

Nascer do sol a caminho da aventura

Momento de relaxamento antes da partida

Ajustando o GPS

Nossa agenda era a Praia

Kites grandes ainda assim não foi o dia

Maré secando rápido, barco encalhado

Anderson fazendo amigos

Comunidade da Ilha da Baleia

Camarões ao sol

Rua principal da Ilha da Baleia, cerca de 40 familias que vivem a quilômetros da costa

Casa do amigo salvador Babau

Vista parcial da comunidade da Baleia

Comida abençoada na casa do Babau

É chegada a hora amigo

Anderson após várias hora a deriva resgatado por Babau

Foi por pouco

Nessa hora após várias horas o barco me avistou, misto de alívio e frustação

Velejo final acompanhado por Botos